Nostalgia

¡Echo de menos a España!
A su gente, a mis amigos, a los paysajes
Al que fue y siempre será mi hogar
A la tierra que vio nacer a mis antepasados
Quizás conozca España mejor que mí pais
Ya vivi en Tenerife, San Sebastian y Fuerteventura
Recorrí sierras, playas, montañas, mesetas y ciudades
Volveré. ¡Hasta pronto España!

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

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Vivre comme un roi

Je regarde par la fenêtre les gens qui se promènent dans le jardin
Des ducs, des duchesses, des princes et des princesses
Ils profitent de l’œuvre de ce génie qui était Le Nôtre
Et ils se considèrent supérieurs aux autres
Ils sont protégés, ils ne craignent rien
Pour l’instant…
J’entends leurs conversations
Ils critiquent, ils conspirent, ils complotent
Dans la Galerie des Glaces le bal vient de commencer
Profitez tant que vous pouvez
Bientôt, Marie Antoinette va perdre sa tête
Mais à Versailles c’est toujours la fête.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

No feminino

Photo : KaDDD

Criança, menina, garota,
Jovem, moça ou já mulher.

Roliça, esguia, pequenina, franzina,
Delgada, alta ou o que se quiser.

Aventureira, casadoira, conservadora ou ousada.
Solitária ou sempre bem acompanhada.

Sou o que decido e escolho o que quero ser!
Não importa o que fiz nem o que tenho.

Assumo-me como uma mulher inteira.
Abraço o presente sem me esquecer de viver!

Filipa Moreira da Cruz

Diz-me quem és…

Photo : KaDDD

Lá em casa sempre se conversou muito. Das coisas importantes, mas também das supérfluas. Dos medos, das injustiças, dos tabus. Das conquistas, dos sonhos, das derrotas. Tantas madrugadas passadas a rir e a chorar! Também se liam muitos livros e contavam-se muitas histórias. A noite é propícia a confidências e ajuda a desfazer alguns nós atados ao longo do dia.

Vários amigos estrangeiros (com exceção dos espanhóis) não entendem esta necessidade de falar e julgam que os portugueses têm resposta para tudo. Talvez tenham razão. Será o resultado de tantas gerações privadas da liberdade de expressão? A nossa democracia é recente. Ficamos sem voz durante tanto tempo que, assim que nos foi permitido opinar caímos na tentação de manter a língua solta. Mesmo quando o melhor é ficar calado.

Esta esquizofrenia bipolar parece estar no nosso ADN. Somos os mais críticos e exigentes connosco próprios. No entanto, não admitimos que gente alheia nos chame à razão. Afinal, quem pensam que são? Às vezes rebaixamo-nos, carecemos de auto-estima e evitamos celebrar as nossas vitórias. Isto dentro do nosso país, claro!

Quando viramos costas à nossa terra passamos a ser os melhores em tudo. Milagre português! Talvez seja uma questão de necessidade. Ou de perspetiva. Os nossos vizinhos espanhóis (para dar um exemplo), gabam-se até do que não têm, enquanto os portugueses dificilmente reconhecem os seus feitos. A realidade tem vindo a mudar, lentamente. Ao ritmo lusitano.

Num país com pouco mais de dez milhões de habitantes proliferam os « pseudo ». De repente, todos são médicos, políticos, advogados, professores, jornalistas, treinadores de futebol. É tão fácil criticar tudo e todos frente ao ecrã de televisão, de telemóvel na mão ou a martelar o teclado do computador. Não há nada melhor que dar palpites, sobretudo quando se desconhece o contexto.

Preencher um quadro inteiro com tinta azul é tão simples, não é? Mas por que razão foi Klein o único a ter a ideia? Que prazer sentem aqueles que se escondem por detrás de amor355 ou kubik07 quando ofendem, denigrem, magoam. E isto com erros ortográficos e palavrões à mistura. Há palavras que quase matam. Felizmente, são poucas. A maioria não fere ouvidos contra todos os riscos.

Se cada um seguisse a sua vidinha sem fazer barulho o mundo deixaria de ter graça. Gostamos do espalhafato, do drama e do exagero. Seguimos de perto esta telenovela em direto, cujos atores são os mesmos do costume, mas que quase ninguém perde tempo em conhecer. As emoções estão ao rubro quando se desvenda um segredo.

O salário de um apresentador de um programa de entretenimento é mais importante que uma nova restrição do governo. Porque sim. E pouco importa se o ordenado mínimo continuar a ser escandalosamente baixo, se a gasolina não parar de aumentar, se a corrupção atingir níveis preocupantes e se os bancos continuaram a roubar com a ajuda dos que mandam no país. Tudo isso é secundário num país que vive de sol e de água fresca.

Ainda assim nem tudo é mau. Não somos só fado, futebol e Fátima. Somos um pequeno país, mas uma grande Nação! E que ninguém nos convença do contrário!

Filipa Moreira da Cruz

À moitié

Photo : Filipa Moreira da Cruz

Une année sans été
Un baiser envolé

Un regard sans frisson
Un repas qui ne sens pas bon

Le gâteau sans la cerise
La journée sans une surprise

Une chanson sans mélodie
Les nuages grises sans la pluie

Un arbre sans fruits
Des gens trop gentils

Un dimanche sans paresse
Le manque d’une caresse

Le printemps sans fleurs
Le feu sans la chaleur

Sans toi, je suis incomplet
Sans moi, tu n’es qu’à moitié.

Filipa Moreira da Cruz

Vanishing

Suddenly, she decided to listen to her heart
Don’t be so hard on yourself
Take a deep breath
And follow your path
Today is the day!
Let’s celebrate life
Because all we have is here and now
She took off her clothes
And dressed up her soul in red.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

Libertad

Photo : Filipa Moreira da Cruz

¿Ves ese pájaro volando?
Así soy yo

¿Ves el mar en el infinito?
Así soy yo

¿Ves esa estrella en el cielo?
Así soy yo

¿Ves la carretera sin fin?
Así soy yo

¿Ves el sol que sale por le mañana?
Así soy yo

¿Ves la flor roja en el jardin?
Así eres tú .

Filipa Moreira da Cruz

(In)Gratidão

Photo : Filipa Moreira da Cruz

Ligeira vai pela calçada
Esta moça bem humorada.

Não tem tempo a perder
Passa a vida a correr.

Nunca presta atenção
A quem lhe estende a mão.

Esmola?! Isso é que não!
Vai trabalhar, calão!

É vaidosa e caprichosa
Acha que tem sempre razão.

Julga que o poder dá tudo
E que o dinheiro comanda o mundo.

Talvez não esteja enganada
Mas a vida assim não sabe a nada.

O respeito não tem preço
É muito mais que adereço.

E quando o espírito é pobre
Ouro nenhum o encobre.

Se a calçada pudesse falar
Ai, as histórias que ela teria para contar!

Filipa Moreira da Cruz

Entre o céu e o mar

Passeio ao fim do dia que enche a alma de esperança
Tudo é possível, basta acreditar.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

Vida de cão

Photo : KaDDD

Animal pequenino e tristonho.
Descuidado, pulguento e abandonado.
Os que passavam não lhe achavam graça
E tinham medo de apanhar carraça.
Mas a Mathilde não pensava assim
E queria o cachorro para si.

Sonhou em levá-lo consigo,
Dar-lhe banho e um porto de abrigo.
O que as crianças desejam acontece.
É o poder da mente que obedece.
O cachorro cresceu e virou cão.
A menina emancipou-se, fez-se mulher.

O amor entre ambos amadureceu.
Passeios, brincadeiras, diversão.
Os dias eram curtos para tudo fazer.
Até que, um dia, a tragédia aconteceu!
O cão viu as chamas e saltou.
E a Mathilde, ainda hoje, chora o amigo que perdeu.

Filipa Moreira da Cruz