La pénombre décore le ciel Devant moi, l’horizon se couche La nature se tait À l’exception des vagues Qui s’écrasent contre le rocher Je souris à la lune Caressée par les étoiles Mes soucis s’éclipsent en un éclair Apaisée, je retrouve le chemin de la lethargie Le sommeil triomphe et un silence tranchant aussi.
Les pieds dans l’eau La tête sur les nuages Mon corps se décompose en morceaux Ma vie est une chimère, un mirage J’habite de l’autre côté du fleuve Là, où personne n’ose y aller Chaque jour est une épreuve Et mon jardin secret est dévoilé Peu à peu, en tatonnant J’arriverai à mes fins Pour l’instant Je vis le moment présent.
Na sexta-feira de manhã o meu telefone, smart só quando quer, amuou. Simplesmente, deixou de dar sinais de vida. Tentei tudo: ligar, carregar a bateria, tirar a carta SIM e voltar a colocá-la, soprar para eliminar o pó. Nada! Decidi não dar muita importância ao assunto. Quando chegasse a casa, voltaria a empenhar-me. Estava quase certa que, após algumas horas de descanso a birra passaria. Enganei-me.
Fiquei três dias e três noites sem telemóvel. E agora? Família, amigos, trabalho, fotografias, banco, notícias… A minha vida inteira está no maldito smartphone. No início, senti-me perdida e incompleta. Mas essa sensação durou apenas alguns minutos. Não era o fim do mundo. Decidi interpretar esta morte súbita como um sinal. Na segunda-feira pensaria se valeria a pena reparar o telefone antigo ou, simplesmente, comprar um novo. Até lá, aproveitaria, da melhor forma possível, esta liberdade inesperada. E nem imaginam que bem me soube!
Terminei um livro e comecei outros dois. Pus a escrita em dia. Os meus filhos agradeceram todos os momentos partilhados sem o toque que anuncia a chegada de uma nova mensagem. Estranho! Jogamos em família, experimentamos receitas novas. Corrijo, provei pratos deliciosos. O fim-de-semana de confinamento seguiu a habitual rotina, mas com um detalhe que fez toda a diferença: a ausência do meu telefone. E este pormenor foi fundamental para obrigar-me a rever a minha relação com o aparelho que cabe no bolso ou na palma da mão.
Muitos adultos queixam-se que as crianças e os jovens são dependentes do telemóvel. Não resistem a deslizar o dedo pelo pequeno ecrã em troca de jogos viciantes, desafios perigosos, vídeos excêntricos. Comunicam em permanência com os amigos, tiram selfies. A nova realidade só veio piorar estes comportamentos. Tudo se passa à distância. E sentimo-nos menos sozinhos com um telefone inteligente nas mãos. Não escrevo (felizmente!) com conhecimento de causa. Os meus filhos ainda não fazem parte das vítimas, mas lá chegarão. Ninguém fica indiferente ao poder da caixinha mágica.
Photo : KaDDD
Mas que exemplo damos nós? « Faz o que te digo, não faças o que eu faço ». Mais importante que proibir é tentar ser o modelo a seguir. E, muitas vezes, falhamos. Porque somos humanos. Porque também somos escravos das tecnologias que comandam as nossas vidas. Porque não resistimos a ler as notícias que desfilam, em permanência, pelo ecrã. Porque o mundo não pára e não queremos ficar para trás.
As crianças do século XXI nasceram na era digital e não podemos exigir que recusem as tecnologias do dia para a noite. Devemos sim, defender o uso inteligente do computador, da tablete e do smartphone para que sejam ferramentas úteis e não donos e senhores das nossas vidas. Devemos assumir o controlo em vez de sermos controlados.
Na segunda-feira já estava a fazer planos de ir comprar um telemóvel depois do trabalho. Este gasto não vinha muito a calhar, mas não poderia estar incomunicável eternamente. Qual não foi o meu espanto quando o telefone reagiu quando, sem esperança, o voltei a ligar? Afinal, não passou de um capricho. Algo habitual nas máquinas criadas pelos humanos e para os humanos. Fizemos um pacto. Prescindirei do meu smartphone todos os domingos. Dou-lhe folga uma vez por semana. Faz-lhe bem a ele e a mim também.
Para vermos o azul, olhamos para o céu. A Terra é azul para quem a olha do céu. Azul será uma cor em si, ou uma questão de distância? Ou uma questão de grande nostalgia? O inalcançável é sempre azul.
Hoy no tengo fuerzas para enfrentarme al mundo Necesito quedarme sola Quiero perderme en un lugar lejano Donde nadie pueda encontrarme Escuchando el silencio Que vive entre las flores y las mariposas.
Espigas ao vento Esperança e alento Campo verde e florido Amor presente e sentido Nuvens brancas ou cinzentas Na paisagem que integras Andorinhas a voar Pássaros a cantar Sol tímido e fugaz E a chuva que o céu traz Lembram-nos qua a mãe Natureza É pura magia e beleza.
A vida é breve, um dia estamos aqui E no outro, de partida para outro lugar Não te preocupes, é mesmo assim Só nos resta desfrutar! O agora é um momento efémero E o depois, quem sabe o que nos reserva? Perseguimos a quimera do eterno A nossa mente é perversa Hoje ainda respiro E sou feliz por ter-te comigo Amanhã talvez acabe num suspiro Mas disso encarga-se o universo meu amigo.
Il faut être assez fort pour se griser avec un verre d’eau et résister à une bouteille de rhum.
Gustave Flaubert
La Route du Rhum est une célèbre course transatlantique. Depuis 1978, les bateaux partent, en solitaire, à l’assaut de l’atlantique de Saint-Malo pour rejoindre Pointe-à-Pitre et la Guadeloupe. La course porte le nom de cet alcool fait à base de canne à sucre et a été pensée comme un moyen efficace pour faire la promotion de ce breuvage qui tranche avec les campagnes de publicité classiques. En 2018 la course du Rhum a fêté ses 40 ans.