Sorrir… sempre!

Photo : Filipa Moreira da Cruz

Encontrei numa estante um caderno com anotações da minha mãe. O tal caderno, elaborado com papel reciclado, foi comprado em Itália e tem uma capa ilustrada com desenhos muito bonitos. Flores em tons de rosa, azul, verde e violeta. A caligrafia redonda e harmoniosa da minha mãe (antiga professora do Ensino Básico) devolve-me a paz.
Não é fácil aceitar que o ser humano que me deu a vida está agora mirrado e deitado numa cama de hospital como se fosse um legume negligenciado numa prateleira de um supermercado.
2023 chega com um sabor agridoce e antecipo a explosão dessa dor profunda que nasceu no dia em que ouvi a fatídica notícia. Merda de doença esta que destrói não apenas o corpo que a transporta, mas também o espírito e todos os outros que o rodeiam.
O meu presente de Natal foi a viagem a Portugal dos meus filhos. Estão longe dos pais, mas a aproveitar cada momento com a família portuguesa. Os netos têm uma relação muito especial com a avó materna. E não poderia ser de outra maneira! Não é por nada, mas calhou-me a melhor mãe do Universo. Sou abençoada!
Peço desculpa, mas desta vez, as palavras chegaram atabalhoadas e sem harmonia. Demasiada emoção!

Seguem as frases anotadas no caderno:

Rir é o fogo-de-artifício da alma.

Arruma os teus problemas no teu saco de viagem e sorri, sorri, sorri.

Não existe uma única prova a favor da ideia de que a vida é séria.

Se estás todo embrulhado em ti próprio é porque estás demasiado vestido.

Caderno da minha mãe

Filipa Moreira da Cruz

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