Lisboa adormecida

Lisboa amada
Lisboa amiga
Lisboa distante
Mas nunca esquecida

Lisboa adorada
Lisboa especial
Lisboa mágica
Lisboa acordada

Lisboa ausente
Lisboa única
Lisboa presente
Lisboa adormecida.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

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Happy New Year!

Bom Ano!
Desejo-vos um 2023 cheio de amor, paz, harmonia, saúde, esperança e alegria.

Bonne Année!
Je vous souhaite un 2023 en bonne santé accompagné de douceur, de la musique, des livres, des promenades en plein air et de la poésie.

Happy New Year!
I wish you 365 days of health, joy, love, peace, inspiration, optimism and creativity.

¡Feliz Año Nuevo!
Os deseo un 2023 lleno de amor, salud, magia, aventuras y momentos especiales con la familia y los amigos.

Buon Anno! Auguri!
Che il 2023 vi porti tutto ciò di cui hai bisogno e anche di più.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

Tão longe e tão perto

Reprise

Photo : KaDDD

Dedico este texto a todos os que ousaram sair da zona de conforto. Aos que voaram mais alto, mais longe. Aos que enfrentaram preconceitos, tabus e dogmas. Aos que viraram as costas ao medo e fizeram das suas fraquezas a sua força. Aos que hesitam entre as visitas à família e as férias no estrangeiro. Aos que falham natais, casamentos e batizados, mas que fazem das tripas coração para estarem presentes nos momentos mais difíceis. Aos que são poliglotas, mas continuam a sonhar na língua materna. Aos que pensam um dia regressar, mas sabem que nunca o farão.

Penso sobretudo nos que hesitam em dar o passo. Nos que ponderam os prós e os contras. Nos que já estão quase, mas ainda não estão. Aos quais falta pouco para lá chegarem. Nos que remetem para amanhã, pensando que ainda vão a tempo. E não me esqueço dos que voltam atrás (só os estúpidos é que nunca mudam de ideias). Dos que se arrependem de dar um salto maior do que as pernas (só os idiotas é que raramente se enganam). Dos que engolem o orgulho e regressam ao país que os viu nascer. Sem mágoa nem arrependimento.

Há um luso em cada canto do mundo. Portugal é o berço de exploradores, aventureiros, destemidos e curiosos. As mais variadas razões levaram-nos a procurar lá fora o que não tínhamos cá dentro. Exílio político para uns, melhores condições de vida para outros. Ambição profissional para tantos. Ou vontade de viver além fronteiras, pura e simplesmente. Faço parte destes. Todos iguais, mas todos diferentes. Expatriados. Na mala levamos determinação, vontade e sonhos. No país que nos acolhe sentimo-nos, às vezes, desajustados e com saudades de tudo o que não foi (como escreveu Pessoa). A pátria está longe e a terra onde vivemos não é a nossa. E talvez nunca venha a ser.

Dizem que somos quase três milhões, mas é impossível determinar o número exato. Todos os dias há fluxos de entradas e saídas. Já vivi em cinco países diferentes e, ao longo das inúmeras viagens, encontrei compatriotas nos locais menos prováveis. Portugal é o segundo país da Europa com maior número de emigrantes. Durante muito tempo, no velho continente, França foi o lar da maioria e Canadá e Estados Unidos desempenharam essa função no outro lado do Atlântico.

A crise de 2008 veio mudar o panorama. Nessa altura, o país desresponsabilizou-se, forçando muitos a encontrar casa no Reino Unido ou em Espanha e colocando o Luxemburgo e a Suíça de novo na lista das preferências. Itália também faz parte dos novos destinos. Por outro lado, Angola deixou de ser a galinha dos ovos de ouro. Revezes da fortuna. Ainda assim, os emigrantes lusos são os que mais dinheiro enviam ao país de origem. Uma mais-valia para a economia nacional, nem sempre paga na mesma moeda.

Durante várias décadas, os emigrantes abalavam nas pontas dos pés, sem fazer barulho. Aceitavam tudo o que lhes era imposto de ânimo leve (?). Não dominavam os números nem as letras, mas não tinham medo do desconhecido. Dormiam em qualquer lado e falavam a língua materna às escondidas. Trabalhavam de sol a sol por uma ninharia. Sentiam-se gratos pelo pouco que tinham porque já era muito mais do que alguma vez pensaram ter.

O mundo mudou e os emigrantes também. Deixamos de ter vergonha do que somos e de onde vimos. Trazemos na bagagem conhecimentos, diplomas, ideias, ousadia e sonhos. Lá fora, elogiam a nossa perseverança e dedicação. Mas deixar a pátria nunca é fácil. A vida não é um rio tranquilo. Ainda bem.

Filipa Moreira da Cruz
2020

Casa

Reprise

Lugar de aconchego
De festa e de desassossego
Lar doce lar
Onde podemos ser e estar
De pedra ou de madeira
Por uns dias ou para a vida inteira
Para dois, três, quatro, cinco ou seis
Para pobres que se sentem como reis
Ou ricos que mais parecem mendigos
De tão mal agradecidos
Azul, verde, ou branca
Aquecida pelo sol ou pela chama
De uma lareira onde nos sentamos a ler
E a contar histórias até escurecer
Guarda memórias e segredos
Abriga ilusões e medos
Oferece paz e serenidade
Seja ela no campo ou na cidade
Serve para acolher familiares e amigos
Os mais recentes e os antigos.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

13/12/1977 – 45 anos de vida

Nascimento
Crescimento
Resiliência
Persistência
União
Devoção
Viagem
Aprendizagem
Poesia
Fantasia
Liberdade
Saudade
Alguma dor
Muita cor
Interacção
Recordação
Aventura
Ternura
Mudança
Lembrança
Contacto
Sem olfacto
Esperança
Confiança
Alegria
Família
Desilusão
Resolução
Amizade
Suavidade
Sofrimento
Breve momento
Sensibilidade
Verdade
Amor
Humor
Emoção
Gratidão
Visão
Sem precisão
Festa
(In)discreta
Vida
Preenchida.

Filipa Moreira da Cruz

Lo que me hace feliz

Reprise

Caminar descalza
Abrazar un árbol
Comer cerezas y fresas
No hacer nada
Escuchar el silencio
Poner música a tocar
Reírme a carcajadas
Sin ningún motivo
Tumbarme al sol
Achuchar a mis hijos
Leer un buen libro
Nadar en el mar helado
Pasear en el bosque
Estar con mi familia
Soñar con los ojos abiertos
Mirar la misma película una y otra vez
Escribir cuando todos duermen
Charlar con mis amigos
Seguir acreditando
Que lo mejor aún está por llegar.

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

Nostalgia

Reprise

¡Echo de menos a España!
A su gente, a mis amigos, a los paysajes
Al que fue y siempre será mi hogar
A la tierra que vio nacer a mis antepasados
Quizás conozca España mejor que mí pais
Ya vivi en Tenerife, San Sebastián y Fuerteventura
Recorrí sierras, playas, montañas, mesetas y ciudades
Volveré
¡Hasta pronto España!

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

Saudades

Saudades de Lisboa
Numa noite de Verão
Saudades dos amigos
Aqueles do coração
Saudades de me lançar
Sem medo do engano
Saudades do oceano
Com carácter açoriano
Saudades de ver o mundo
Do alto do miradouro
Saudades do silêncio
Que vale ouro
Saudades do Porto
Numa manhã de Outono
Saudades de um longo dia
Preguiçoso e monótono
Saudades das contas
E dos barcos de Viana
Saudades do fogo
Que não arde, mas queima
Saudades de sentir
Borboletas no estômago
Saudades dessa loucura
Maior que um sonho
Saudades das coisas simples
Que dão cor à vida
Saudades de estar
Eternamente agradecida.


Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

¡Ya te te echo tanto de menos!

Valles, montañas y mesetas
Casas grandes y pequeñas
Rutas, carreteras y caminos
Mares, ríos y arroyos
Bebí de tus fuentes
Descansé en tu sombra
Comí los frutos de tus árboles
Volé lejos por los aires
En Logroño, Bilbao y Salamanca
Me enamoré de lo que ví
En Valladalodid, Burgos y Mérida
Cerré los ojos y sentí
Esa tuya alegría de vivir
¿Qué más puedo pedir?
Ya me has dado tanto
¡España, te quiero!

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz

A abelha bem me quer

Uma fotografia
Um jardim florido
A brisa num dia de Verão
Poesia
Um sorriso
Um abraço
Um beijo
Pura magia!
A família
Os amigos
A vida
Que maravilha!

Filipa Moreira da Cruz

Photos : Filipa Moreira da Cruz