Dia Internacional da Família
Deveria terminar um trabalho escrito, mas não tenho vontade… O meu amigo Fernando enviou-me um link para um exclente albúm e eu já estou noutra dimensão! Bem longe…!
Voltei a ter 13 ou 14 anos. Revejo-me sentada na salinha cor de rosa preparada para ficar horas a fio a ouvir música e a escrever para aliviar a alma. Só vou descansar o corpo quando o meu pai me forçar. Ele ralha-me porque forço demasiado os olhos (o olho esquerdo e os 10% do que resta ao direito).
Regressei à casa da minha infância, adolescência e início da vida adulta, em Lisboa, onde cresci e fui tão feliz! Uma família de seis é sinónimo de barulho, briga, confusão, mas acima de tudo, amor, partilha, união e força. Os meus pais nunca pensaram que os quatro filhos iriam viver em quatro países diferentes. As viagens de avião, carro e comboio foram e serão muitas. Detalhe insignificante quando queremos estar perto dos que mais contam.
Dois genros estrangeiros que receberam de braços abertos e quatro línguas faladas nas reuniões familiares. Os meus pais aceitam tudo! Férias coletivas, natais em Lisboa, Paris, Londres.
Ai tempo, volta para trás! Deixa-me abraçar ainda mais forte e durante mais tempo aqueles que me deram a vida. Peço-te coragem para dizer-lhes o quanto gosto deles e como encolhe o meu coração quando sofrem e não estou por perto.
A minha mãe, excelente contadora de histórias, mulher de armas e fonte de amor e tolerância conseguiu uma proeza: a cumplicidade entre os filhos. Parece simples, mas nem sempre acontece. A distância não consegue afastar-nos porque nós somos mais resilientes.
O meu filho disse-me, um dia, que o melhor presente que eu e o pai lhe oferecemos foi a irmã. Quando ouvi esta frase senti que parte do meu dever de mãe estava cumprido. Mas o caminho é interminável e os desafios são bastantes. Enquanto há vida, há família. E eu não trocaria a minha nem por um 1.000.000.000.000……..
Filipa Moreira da Cruz
Photos : Filipa Moreira da Cruz
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